O papel da depreciação na formação de preços da frota
- Carla Cheab

- 25 de jul.
- 3 min de leitura
Você sabia que a depreciação é, muitas vezes, o maior custo envolvido na locação de um veículo? Ignorar ou subestimar esse fator na hora de formar o preço pode comprometer seriamente a margem da sua locadora — especialmente em contratos de longo prazo ou terceirização de frotas. Neste artigo, explicamos o papel estratégico da depreciação na precificação de frotas e como calculá-la de forma correta e inteligente.
1. O que é depreciação e por que ela é crucial?
Depreciação é a perda de valor de um veículo ao longo do tempo devido ao uso, idade, desgaste natural e fatores de mercado. Ela começa no momento em que o carro sai da concessionária e impacta diretamente no valor que a locadora irá recuperar no final do contrato.
💡 Por que isso importa? Porque, na prática, você está “consumindo” parte do valor do ativo a cada mês, e esse custo precisa ser diluído no preço da locação.
2. Como calcular a depreciação corretamente
A fórmula mais simples para contratos de curta duração é:
Depreciação mensal = (Valor de compra – Valor residual projetado) / Número de meses do contrato
No entanto, esse cálculo exige atenção a alguns pontos:
Valor de compra: não é apenas o preço da nota fiscal — deve incluir acessórios, taxas e eventuais custos de aquisição.
Valor residual: estimativa realista do valor de revenda ao fim do contrato, com base no modelo, tempo de uso e mercado.
Prazo de contrato: quanto maior o prazo, maior tende a ser a perda percentual do ativo.
Locadoras mais maduras usam ferramentas que cruzam dados de mercado (como Tabela Fipe, leilões, plataformas de revenda) para estimar com mais precisão o valor de revenda por modelo e categoria.
3. Diferença entre depreciação contábil e depreciação gerencial
Contábil: baseada em regras fiscais (normalmente linear, em 20% ao ano para veículos). Serve para cálculo de impostos e balanços.
Gerencial: baseada na realidade de uso e revenda dos veículos. É essa que deve ser usada na precificação.
✅ Dica: nunca baseie seu preço apenas na depreciação contábil. Ela quase sempre subestima o custo real da frota para locadoras.
4. Impacto da depreciação em contratos de terceirização de frota
Em contratos longos (24, 36, 48 meses), como na terceirização de frotas para empresas ou órgãos públicos, a depreciação representa até 40% do custo total do contrato.
Subestimar esse custo leva a:
Margens negativas ao final do contrato;
Dificuldade em repor a frota com o mesmo capital;
Problemas de fluxo de caixa e rentabilidade.
Uma boa estratégia é revisar as projeções de depreciação trimestralmente, ajustando os preços dos novos contratos conforme o comportamento do mercado.
5. Como usar a depreciação estrategicamente na precificação
✔ Segmentação por modelo e tempo de uso: veículos diferentes depreciam em ritmos diferentes. SUVs, por exemplo, tendem a reter valor melhor que hatches populares.
✔ Rastreamento do valor de revenda: acompanhe a performance dos veículos ao longo dos contratos anteriores. Isso traz previsibilidade e confiança.
✔ Renovação da frota com inteligência: ao entender o ciclo ideal de desvalorização de cada grupo, é possível renovar no ponto certo para maximizar retorno.
✔ Transparência com o cliente: em contratos longos, é possível apresentar a depreciação como um dos componentes do preço, reforçando a previsibilidade e a responsabilidade da locadora.
A depreciação não é apenas um número técnico: ela é um pilar essencial para formar preços sustentáveis e manter a lucratividade da sua locadora. Quando bem calculada, evita prejuízos, protege o capital investido e permite que sua empresa cresça com segurança.
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